Esta questão voltou à tona em virtude do acordo assinado entre Brasil e Vaticano, que dá privilégios estatais à religião católica, inclusive no ensino público. O estado laico é um dos postulados da democracia, e tal princípio se aplica à escola pública. Em artigo anterior, abordamos a polêmica do ensino de criacionismo nas aulas de ciência. Agora a questão é outra, embora as duas tenham um pano de fundo comum: o esforço do catolicismo para penetrar em espaços não-religiosos (como a ciência ou a escola) de forma previlegiada em relação às outras religiões.
Fórum de discussão sobre o acordo
Brasil-Vaticano e a religião na escola pública
Vejamos o que diz a rede:
Para especialistas em educação, acordo entre Brasil e Vaticano é "retrógrado"
Karina Yamamoto
"Quatro dos cinco debatedores definiram como retrógrado o acordo assinado pelo Brasil e pelo Vaticano, em novembro do ano passado. No que se refere à educação, os especialistas consideram inserir o ensino religioso em escolas públicas um retrocesso na independência que Estados laicos adquiriram. Na opinião deles, o documento vai garantir uma espécie de reserva de mercado aos católicos, que teriam preferência no ensino religioso das escolas públicas." leia tudo no UOL Educação
A educação na concordata Brasil-Vaticano
Luiz Antônio Cunha
"Apesar da diversidade de posições da grande imprensa nacional, a concordata foi apresentada como algo inócuo, que apenas consolida a legislação brasileira concernente à Igreja Católica. Que ficassem tranqüilos os católicos, os crentes das demais religiões, assim como os não-crentes, pois nada mudaria. Declarações de diplomatas do Itamaraty e de cardeais repetiam afinadas essa mensagem.1 Como se o presidente Lula e o Papa não tivessem coisas mais importantes a fazer do que patrocinar tratados inócuos..."
CUNHA, Luiz Antônio. A educação na concordata Brasil-Vaticano. Educação & Sociedade [online]. 2009, vol.30, n.106 [cited 2009-08-24], pp. 263-280
Daniel Mello, da Agência Brasil
"O ensino religioso que aborda uma doutrina específica pode gerar discriminação dentro das salas de aula, segundo o sociólogo da Universidade Estadual Paulista (Unesp), José Vaidergorn. “O ensino religioso identificado com uma religião não é democrático, pode ser considerado discriminatório”, disse em entrevista à Agência Brasil.
Fonte: Juruá online: Ensino religioso em escolas públicas divide opiniões
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